Os padres com até cinco anos de ministério, reuniram-se mais uma vez com a Pastoral Presbiteral da Arquidiocese de Londrina. O encontro foi no dia 28 de setembro, no Seminário Paulo VI, com o objetivo de fazer com que a formação permanente se torne uma realidade, como definem os documentos da Igreja, explicou padre Manuel Joaquim dos Santos, coordenador da Pastoral Presbiteral. Ele afirma que até ao momento está contente com a resposta positiva do grupo, não só na assiduidade, mas na participação.

No dia 28 o assunto foi a dimensão humana do presbítero como condição fundamental para o exercício pleno do ministério. Padre Manuel trouxe algumas reflexões do Papa Bento XVI sobre a encarnação, o “fazer-se carne”, que na verdade indica a concretude da própria salvação. A presença da divindade na nossa humanidade legitima, de forma decisiva, que tudo que é verdadeiramente humano assume a realização dos planos de Deus. Diz o padre Manuel que o presbítero, quanto mais humano, mais padre autenticamente será. E continua: “faz-se necessário que ele seja capaz de conhecer a alma humana e tornar-se obreiro de relações sadias, ajudando a facilitar o encontro, o diálogo e a exprimir juízos serenos e objetivos”. Conclui padre Manuel dizendo que o padre “é tanto mais humano quanto mais for capaz de relacionar-se com o seu próximo”.

Os jovens padres abriram o seu coração. “Eles têm muito a nos dizer”, afirma o coordenador do clero. “São fruto de um processo de formação anacrónico, com deficiências tremendas, que já não responde aos desafios do mundo e da Igreja”. E continua o padre Manuel: “os jovens padres têm consciência das armadilhas que se colocam na vida dos padres recém ordenados, sentem nas costas um peso que advém, em última análise, de uma visão estereotipada e ultrapassada da figura do ministro ordenado.”

Padre Manuel conclui dizendo que hoje existe uma ampla reflexão na Igreja sobre o modelo de formação envolvendo os atuais seminários e que se faz urgente pensar, à luz do processo sinodal, que modelo de padre esta Igreja precisa e como formá-lo para tal missão. “Não podemos mais dar respostas a perguntas que não foram feitas, nem formar padres para a Igreja de ontem”, conclui.