“Estive preso e viestes me visitar” (Mt 25,36)
Neste ano, pela primeira vez, a Pastoral Carcerária da arquidiocese celebrou a festa de Corpus Christi na Cadeia Feminina de Londrina. A celebração, na segunda-feira 16 de junho, foi dias antes da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, que é realizada sempre na quinta-feira, 60 dias após a Páscoa.
A celebração foi no pátio da cadeia, com a participação de cerca de 80 detentas da galeria B. Durante a procissão, as mulheres puderam acompanhar a presença de Cristo Eucarístico bem de perto.
Durante a homilia da Missa, o celebrante, padre André Luís de Oliveira, assessor da Pastoral Carcerária, reforçou que Jesus sempre estava em volta de uma mesa e quis se dar como alimento. Comunhão significa ter algo em comum e para nós significa fazer parte com o outro em coisa comum. Portanto, devemos ter comunhão com Deus e uns com os outros.
Cartazes para o tapete foram confeccionados pelas detentas, incentivadas pela pastoral, e estendidos nas galerias para que o padre passasse com Cristo no ostensório. A participação foi muito grande, com a produção de mais ou menos 100 desenhos pintados em folhas de papel sulfite, com motivos religiosos e pedidos de oração e bênção. A procissão foi após a Santa Missa, conduzida pelo padre e os agentes de pastoral, nas galerias da unidade, que já estavam ornamentadas.
O Cristo Eucarístico, que sai às ruas no Corpus Christi, caminhou também nas periferias da humanidade, ali representadas pelo grupo de mulheres privadas de liberdade. De suas celas, as detentas participaram com gestos de devoção e carinho, cantando as músicas da celebração.
No dia de Corpus Christi, a Igreja comemora o mistério eucarístico. É o único dia do ano em que o Corpo de Cristo sai às ruas em procissão. Na cadeia, que é um espaço restrito, os corredores das galerias foram as ruas e as mulheres privadas de liberdade tiveram a oportunidade de viver essa experiência de fé numa das manifestações litúrgicas mais importantes e lindas da Igreja.
O resultado desse trabalho foi levar o Cristo vivo aos esquecidos e humilhados, levando também a esperança e a misericórdia de Deus. O objetivo é que, inspiradas por Jesus, que também foi preso e execrado, ressuscitou, venceu a dor e a morte, elas também possam se refazer e renascer no amor de Cristo.
Pastoral Carcerária (com adaptações)
Fotos: Divulgação




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