Neste ano, a celebração do Grito dos Excluídos, no dia 7 de setembro, chegou à sua 29ª edição. Membros de pastorais sociais, comunidades eclesiais de base, dos movimentos sociais, organizações populares, representes dos povos indígenas e moradores de área de ocupação urbana e do campo se reuniram no calçadão de Londrina a partir do tema: “Vida em primeiro lugar”.

À luz da Campanha da Fraternidade deste ano, o evento abordou a fome e a falta de acesso à água potável, a partir do questionamento: “Você tem fome de quê?” Três pilares provocaram a reflexão: democracia, desigualdades e justiça social.

Um café da manhã partilhado recepcionou os participantes. Em seguida, junto à memória histórica das celebrações dos anos anteriores, pessoas entraram com tigelas de arroz e canecas de água, depositadas em panela e bacia, dinamizadas por trabalhadores e mães de luta por justiça e moradores da ocupação Flores da Campo.

Simbolicamente, a Bíblia também foi levada numa panela, com o arroz, e proclamado o texto de Mateus 14,13-21, seguida de reflexão sobre a interpelação de Jesus aos apóstolos e discípulos: “Dá-lhes vós mesmos de comer”.

Retomando os dados expostos pela Campanha da Fraternidade, falou-se sobre as milhares de famílias no Brasil que vivem em insegurança alimentar e falta de acesso a água potável, bem como no Paraná e em Londrina.

Motivando a oficina pedagógica de produção dos grupos e representações, foram refletidos os desafios de se fortalecer a democracia, a participação popular, a superação das desigualdades e a luta pela justiça social.

A partir da pergunta central: quais as fomes e sedes que sentem as pessoas que ali estavam, foi enfatizada a necessidade de permanência de articulação para ampliar direitos humanos, de acesso à terra, territórios, trabalho e salário justo, moradia e teto, lazer, cultura, transporte, saúde, educação, em sintonia com as propostas da 6ª Semana Social Brasileira.

Ao final, os participantes produziram faixas e cartazes e caminharam até a Avenida Arcebispo Dom Geraldo Fernandes (Leste e Oeste), onde estava acontecendo o desfile de 7 de setembro. Ali expuseram as manifestações da não soberania e independência, encerrando com palavras de ordem em sintonia com as atividades realizadas em todo Brasil.

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Amauri Pereira e Vani Baptista